terça-feira, 16 de julho de 2019

O seu animal tem sentimentos! Conheça a Microfisioterapia e a Nova Medicina Germânica.

Os tecidos corporais carregam registros dos acontecimentos da vida do animal, que podem ser memórias criadas por emoções ou por lesões e contusões. As manifestações corporais podem ser com alergia, perda de tecido, tumor, paralisia, alteração comportamental, dentre outras.


Através da MICROFISIOTERAPIA podemos percorrer mapas corporais específicos e identificar a região da lesão, sua provável origem, em que época da vida aquele registro se instalou, e dar o comando ao organismo, através de micromovimentos, para que ele entre no processo de auto-regulação e gere uma nova informação naquele tecido.


A NOVA MEDICINA GERMÂNICA identifica, através dos sintomas apresentados, qual foi o tipo de conflito vivenciado e orienta as devidas ações a serem tomadas para atingir a fase de cura, observando e respeitando as manifestações do organismo.


Mente e corpo são um sistema único! E por isso o tratamento global é um ótimo caminho para facilitar a recuperação dos animais.


Tem alguma dúvida sobre a MICROFISIOTERAPIA e sobre a NOVA MEDICINA GERMÂNICA? Entre em contato! Quero te ajudar a ajudar o seu animal.

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fitness Veterinário

          Com a domesticação dos animais, muitos hábitos de vida dos nossos amigos foram modificados. As longas corridas para caçar e fugir, os grandes saltos para alcançar alimentos ou se deslocar, as situações normais que todos os animais estariam sujeitos na natureza, tudo isso tornou-se desnecessário. E é justamente por isso que a necessidade da prática de atividades físicas na vida dos nossos animais tornou-se tão importante. O sedentarismo e o fácil acesso à alimentação trazem problemas sérios como a obesidade. A princípio, imaginar um animal gordinho, "fofinho", pode não parecer um problema... mas é! Um animal obeso, que vive dentro de casa (PISO LISO), fatalmente terá problemas articulares como artrites (inflamação articular), artroses (degeneração articular), espondiloses (degeneração vertebral) e a tão temida displasia coxofemoral (dependendo também da genética). Mas não são só os problemas articulares que afetam esses animais, mas também os problemas cardíacos, comportamentais, hormonais, etc.

Fonte: fisioterapiaveterinariabh.blogspot.com

          A Displasia Coxofemoral (DCF) consiste em uma alteração na congruência articular entre a cabeça do Fêmur e a cavidade acetabular. Algumas raças de médio-grande porte estão mais sujeitas a terem a DCF, como Labrador, Pastor Alemão e Rottweiller, por exemplo. Essa patologia está associada à genética do animal, onde, mesmo que o filho ou neto não tenham a mesma patologia do reprodutor, com certeza até a 4ª geração haverá um novo caso. Por isso, o melhor método para se evitar a continuidade do problema é a castração.

          Como prevenção, evitar o piso liso e o sobrepeso são os dois principais cuidados a serem tomados. A atividade física, em conjunto com uma alimentação balanceada também tornarão seu animal mais saudável e menos susceptível à lesões.

Fonte: lucianapersonaltrainer.blogspot.com

          Os passeios, caminhadas e natação sempre serão a melhor opção de exercício físico, mas existem outras maneiras de exercitar seu animal. Atualmente estão disponíveis no mercado esteiras elétricas veterinárias, esteiras subaquáticas, caneleiras em tamanhos e pesos ideais para os animais (geralmente 10% do peso do animal), dentre outros vários utensílios. Mas o que prevalece é a criatividade e disposição do dono do animal em praticar atividades junto com seu amigo. Com certeza essa relação se tornará muito mais prazerosa e saudável.

          Abaixo, eu preparei um vídeo para demonstrar mais uma opção de atividade física com seu animal. É a minha labradora, Manu com 8 meses de idade. A atividade é salto com obstáculos e, além de controlar o peso e manter a forma, auxilia o bom funcionamento cardíaco, fortalece a musculatura e aumenta a resistência dos tendões. Os animais nessa faixa etária têm muita energia para gastar e, se isso não for feito, eles se tornam agitados e difíceis de serem domados. Se é para gastar energia, que seja do jeito certo!



Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Caso clínico - Paciente Myonne

          Mais de um animal em casa pode gerar crises de ciúme em um e/ou no outro. A Myonne é uma poodle de 10 anos, tem uma "irmã" pinscher em casa e de vez em quando se estranham. Em uma dessas brigas de "irmãos" a Myonne caiu de cima da cama e sofreu uma lesão na coluna, resultando em uma tetraplegia transitória. Digo transitória porque alguns dias após a lesão a Myonne voltou a mexer os membros, porém sem o equilíbrio e força de antes.


          Paralisias transitórias acontecem quando ocorre alguma injúria na coluna vertebral, dando início a uma inflamação. Os sinais que caracterizam uma inflamação são dor local, calor local, vermelhidão na área, edema na região do trauma  e perda da função. Esse edema (acúmulo de líquidos e inchaço) pode causar uma compressão em ramos nervosos importantes para o funcionamento de partes do corpo. Com a diminuição da inflamação, o edema é drenado pelo organismo e essa compressão nervosa desaparece, porém as compressões podem gerar lesões nos nervos atingidos, que nem sempre se recuperam sozinhos, ou podem até se recuperar... mas em um período de tempo prolongado. Esse tempo de "espera" pela recuperação do sistema nervoso pode trazer sequelas desagradáveis, como hipotrofias musculares, perda de sensibilidade, alterações na coordenação motora, fraqueza muscular, restrição no grau de movimento articular, etc.

          No caso da Myonne foram usadas as 3 técnicas citadas neste blog. A Quiropraxia com a função de dar o "start" na recuperação do sistema nervoso, a acupuntura trabalhando justamente em cima dessa recuperação, dando o suporte para o organismo e acelerando o processo e a Fisioterapia revertendo ou prevenindo as sequelas.

          A lesão da Myonne aconteceu no dia 06/06/11 e o trabalho de reabilitação foi iniciado no dia 16 do mesmo mês. Os atendimentos foram realizados semanalmente, com exceção dos 3 últimos, que tiveram um intervalo de 13 dias entre eles. Na Fisioterapia foram utilizadas técnicas de alongamento para reposicionamento das fibras musculares, fortalecimento muscular, estímulos proprioceptivos, treino de equilíbrio, mobilizações articulares, dentre outras. Foram realizados 8 atendimentos de 16/06/11 até 16/08/11, totalizando exatamente 2 meses de reabilitação. A recuperação da Myonne foi gradativa e visível aos olhos dos proprietários! 


Veja o vídeo para você acompanhar a evolução da Myonne:



Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Caso clínico - Paciente Bolinha

          O caso de hoje demonstra o eficácia da reabilitação física na recuperação em um pós-cirúrgico ortopédico de redução de fratura em Fêmur e ligamentoplastia do Ligamento Cruzado Cranial (LCCr), as duas intervenções cirúrgicas foram realizadas no membro posterior esquerdo (MPE) da paciente Bolinha, de aproximadamente 3 anos.
          A paciente apresentava um padrão flexor no joelho esquerdo, devido à dor, ao medo e ao encurtamento da musculatura flexora de joelho. O objetivo da terapia fisioterápica foi justamente reverter todos esses pontos, tirando a dor local, encorajando o animal a usar o membro, fortalecendo a cadeia muscular anterior da coxa e alongando a cadeia muscular posterior encurtada. O encurtamento muscular pode se dar por vários fatores interligados entre si ou isolados. Dentre estes, a tensão pelo medo de sentir dor ou pela dor propriamente dita e, consequentemente, o desuso do membro, o procedimento cirúrgico em si, bem como aderências cicatriciais pós-cirúrgicas. 

          Foram utilizadas técnicas como a laserterapia para reduzir os sinais da inflamação e estimular a cicatrização tecidual (pele e osso), estímulos proprioceptivos como escovação para devolver a propriocepção ao membro, mobilizações passivas nas articulações do MPE para evitar rigidez articular com o desuso, alongamentos da cadeia muscular encurtada. Com a evolução do paciente foram adicionados ao tratamento exercícios de fortalecimento dos membros posteriores (MMPP) com o uso de bola suíça, fazendo com que o animal apoiasse os membros anteriores (MMAA) na bola e os MMPP no solo. Esse tipo de exercício favorece o fortalecimento muscular e auxilia na regressão do medo de usar o membro lesionado. Associados à Fisioterapia foram utilizados pontos de Acupuntura para estimular o corpo da paciente a se recuperar mais rápido e com maior qualidade.

          A Fisioterapia da paciente Bolinha foi realizada na frequência de duas vezes por semana e a acupuntura uma vez por semana, do dia 07/02/11 ao dia 03/03/11, ou seja, 1 mês de reabilitação, demonstrando que a Fisioterapia acelera o processo de recuperação do organismo, evitando problemas secundários provenientes do período lento de recuperação, como atrofias musculares, aderências teciduais, desequilíbrios posturais levando a alterações na coluna, etc.


Veja o vídeo para você acompanhar a evolução da Bolinha:



Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Acupuntura na Doença do Disco Intervertebral (DDIV) nos cães - O que é?

          

          Devido à grande ocorrência de doenças relacionadas à coluna de cães na minha rotina, resolvi escrever sobre o assunto. E, sem muita demora, já posso adiantar a você que o binômio PISO (liso) x PESO não é nada favorável à coluna dos nossos amigos quadrúpedes, principalmente quando se há o habito de pular do sofá, da cama, dos móveis... quando os cães pulam sobre os membros torácicos, a maior linha de força se direciona para baixo, o comprimento da coluna sofre grande efeito de compressão, particularmente nos discos intervertebrais, aumentando, assim, a possibilidade de uma hérnia. As forças de torção são poderosas, porque a coluna torácica é imóvel e encontra uma coluna lombar móvel. Dessa forma o ponto de maior freqüência de lesão do disco nos cães é a transição tóracolombar.
          
          A doença do disco intervertebral é uma das causas mais comuns de paresia e paralisia em cães. Dois tipos de degeneração do disco foram descritos no cão em 1995, e possuem a fisiopatologia e conseqüências diferentes para o paciente: degeneração por metamorfose condróide e degeneração por metamorfose fibróide. A metamorfose condróide ocorre em cães pertencentes às raças condrodistróficas (raças pequenas com membros curtos como o Teckel, por exemplo), nos seus dois primeiros anos de vida. O disco degenera; ao mesmo tempo, o núcleo pulposo desidrata e é substituído por cartilagem hialina; esse processo inicia-se da periferia para o centro, resultando na perda da sua propriedade hidroelástica. Já a metamorfose fibróide ocorre em raças não-condrodistróficas. O processo torna-se clinicamente significativo dos 8 aos 10 anos de idade. Essa degeneração envolve um processo gradual de desidratação, onde o núcleo é substituído por fibrocartilagem, havendo perda da sua elasticidade.

       As hérnias de disco podem ser classificadas como Hansen tipo I e II, também denominadas extrusão e protrusão, respectivamente.
          A hérnia de Hansen tipo I ou extrusão do núcleo pulposo é a saída do núcleo de dentro do disco intervertebral, podendo causar compressão dorsal, dorso-lateral ou circunferencial da medula espinhal. A hérnia de Hansen tipo II ou protrusão do anel fibroso é o deslocamento do núcleo pulposo dentro do disco intervertebral, comprimindo a medula.




 Herniação tipo I de Hansen – Extrusão discal



Herniação tipo II de Hansen – Protrusão discal

        Cerca de 14% de todas as protrusões ou extrusões de disco ocorrem no pescoço e 85%, entre a 9ª vértebra torácica (T9) e 7ª vértebra lombar (L7).
          As raças mais acometidas pela doença do DIV são Dachshund (TECKEL), Pequinês, Jack Russel terrier, Cocker spaniel, Beagle, Poodle miniatura, Buldogue francês e outras raças condrodistróficas e a idade média é de 5 a 6 anos.

                   O diagnóstico presuntivo da doença do DIV é baseado nos sinais clínicos e no exame neurológico. Para a confirmação do diagnóstico são necessários exames complementares como radiografia simples, tomografia computadorizada e eletromiografia.


          Existem quatro categorias da doença de disco toracolombar correspondentes aos sintomas apresentados pelo animal:


GRAU I: apenas dor na região dorsal e podem ou não estar constipados

GRAU II: dor no dorso, paresia e ataxia de membro posterior, sem propriocepção.

GRAU III: paralisia caudal e são incapazes de se levantar ou agüentar peso com os membros posteriores, os reflexos dos membros posteriores geralmente são normais assim como a sensibilidade à dor.

GRAU IV: paralisia, sem percepção consciente de dor nos dedos dos membros posteriores, dor difusa extrema e os reflexos vão diminuindo progressivamente durante várias horas.


          A acupuntura pode destruir os pontos-gatilho e assim abolir a dor muscular, o encurtamento muscular, a rigidez e a dor referida. A acupuntura pode ativar a volta de crescimento de axônios destruídos na medula espinhal. A acupuntura pode reduzir a inflamação espinhal local, o edema, a vasodilatação ou vasoconstricção e a liberação de histamina ou cinina, diminuindo a formação de cicatrizes no tecido, a compressão espinhal e a dor. Os resultados do tratamento com acupuntura para discopatia toracolombar variam de acordo com a gravidade da lesão. Cerca de 90% dos cães com doença de grau I se recuperam após dois ou três tratamentos, em um período de uma a duas semanas. Quase 90% dos cães com doença de grau II se recuperam depois de três ou quatro tratamentos durante três semanas. Aproximadamente 80% dos cães com doença de grau III se recuperam após cinco ou seis tratamentos em seis semanas. Apenas 10% desses animais não se recuperam e os outros 10% melhoram parcialmente. Menos de 25% dos cães com doença de grau IV se recuperam após dez ou mais tratamentos em um período de três a seis meses. A acupuntura pode ser tentada em cães com grau IV não submetidos à cirurgia dentro das primeiras 36h após o início dos sinais.


          Evite o sobrepeso do seu animal e proporcione a ele momentos de atividades físicas. O piso liso é muito prejudicial à coluna dos cães, devido à grande instabilidade que isso vem a gerar nas articulações intervertebrais.


Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Caso clínico - Paciente Bia

          O caso de hoje é sobre uma filhote de Yorkshire muito simpática de aproximadamente 2 meses de vida, a Bia.

          A Bia passou por uma série de complicações na gestação, nasceu no dia 18/10/10, parou de se amamentar no seguinte ao nascimento e a mãe veio a falecer 5 dias após o parto por eclâmpsia. Devido aos problemas gestacionais associados à carência da amamentação, os irmãos da Bia faleceram com poucos dias de vida. Ela foi encaminhada para mim com 2 meses de vida por não conseguir ficar de pé, se equilibrar, andar, nem realizar extensão da cabeça. Segundo o relato da proprietária, a Bia começou a andar com 1 mês mas parou novamente após uma semana. Pude observar na avaliação uma flacidez e fraqueza muscular, principalmente nos membros posteriores e na região dorsal do pescoço. Bia também apresentava dificuldade em se equilibrar e ficar em estação (apoiada com os 4 membros).
          Um clínico veterinário havia receitado suplemento de Cálcio para auxiliar no crescimento da Bia e outro clínico recomendou a administração de vitamina D. Quando a Bia chegou até mim, adicionei a essas recomendações o banho de sol. A vitamina D, que pode ser encontrada em sua forma inativa na pele dos animais (e do ser humano), é muito importante para os filhotes. Explicando de uma forma geral podemos dizer que uma de suas funções é promover a absorção de Cálcio, essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes, favorecendo o crescimento. Porém isso só se dá com a exposição à luz solar, que em contato com a pele converte a vitamina D inativa em Vitamina D ativa, permitindo que todas as suas funções sejam realizadas.
          Iniciamos o tratamento fisioterapêutico com muito alongamento e Estímulos Neuro Sensoriais (ENS), com escovação para estimular o aumento da tonicidade muscular, tanto dos membros quanto do dorso do pescoço. Recomendei à proprietária que realizasse a escovação diariamente e desse estímulos à Bia para levantar a cabeça (oferecer alimento no alto, brincar com objetos no ar, etc). Foram utilizados pontos de acupuntura como coadjuvantes no tratamento.

          O vídeo abaixo dispensa comentários sobre a recuperação da Bia, porém vale ressaltar que, mais uma vez, a preocupação e dedicação da proprietária foram muito importantes na reabilitação da pequena Bia.

          O tratamento foi iniciado no dia 17/12/10 e finalizado no dia 09/02/11, em um total de 7 sessões!

Veja o vídeo para você acompanhar a evolução da Bia:



Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

terça-feira, 5 de julho de 2011

A Reabilitação em Felinos

          Olá pessoal! A postagem de hoje fala sobre a reabilitação física nos felinos. Esse assunto costuma ser bastante abordado em se tratando de cães e cavalos, mas os nossos amigos gatos também se beneficiam das técnicas de reabilitação.

Alongamento muscular no membro anterior.
Fonte: portal.anhembi.br

          É interessante observar a personalidade dos felinos, fazendo uma comparação entre eles mesmos. Observamos um gato mais "esnobe", outro mais simpático, assim como os espertos e os bobalhões! Mas sem dúvida, todos eles, cada um com suas peculiaridades, tornam as vidas de seus proprietários melhores de alguma forma. É justamente por isso que esta postagem traz este assunto, já que os felinos são tão merecedores de todos os benefícios desta especialidade veterinária quanto as outras espécies.

Fonte: www.youtube.com (O Fisioterapeuta gato)

          As indicações e técnicas utilizadas com os gatos são basicamente as mesmas utilizadas com os cães. Hidroterapia, cinesioterapia (tratamento através dos movimentos), eletroestimulação, Acupuntura, Quiropraxia... existem muitas terapias a serem utilizadas isoladamente ou em conjunto. O que vai ditar qual ou quais serão melhor empregadas será a patologia do paciente, o grau de evolução ao longo do tratamento e o conhecimento do terapeuta.
          Apesar dos felinos serem animais ágeis, flexíveis e espertos, eles também podem sofrer lesões nervosas que trazem consequências drásticas que, se não tratadas, podem se tornar irreversíveis. Para você que tem um companheiro felino em casa, quero dizer que apesar do seu animal ser de uma espécie resistente, ele também precisa dos seus cuidados e, se por ventura, ele vier a sofrer alguma lesão nervosa, medular, muscular, óssea ou articular, não desista nem se desespere. Converse com o Médico Veterinário clínico do seu gato e procure o quanto antes um profissional Médico Veterinário especializado em alguma área da reabilitação. 

          O vídeo a seguir demonstra as fases de evolução de um gato com lesão medular em tratamento com a Fisioterapia:

Fonte: www.youtube.com (Fisioterapia Veterinária Gato Luna)

          “A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana.” (Charles Darwin)

Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Caso clínico - Paciente Reizinho

          O paciente da vez é o Reizinho, um pequinês que, em 2009, tinha 4 anos e chegou até mim sem propriocepção e movimentos nos membros posteriores (MMPP), sem reflexo patelar, sem movimento de cauda e com incontinências urinária e fecal. Nesses casos de paralisia dos MMPP costumo encontrar animais com a musculatura da coxa bastante reduzida, assim como no Reizinho. A essa diminuição do diâmetro da massa muscular chamamos de hipotrofia por desuso. Além disso, o animal geralmente está saudável de uma forma geral, tendo "só" o problema de não andar com os MMPP, utilizando somente os membros anteriores (MMAA) para se locomover, arrastando os posteriores para ir até a ração, até a água, brincar, latir no portão, etc. Isso faz com que apareçam úlceras nos pés do animal pelas lesões geradas no momento em que ele se arrasta, além de assaduras pela falta de controle urinário e desequilíbrios posturais. Sendo assim, é fácil observar que quanto mais tardia for a intervenção nesses casos, mais problemas secundários aparecerão.

          Foi realizada uma radiogradia simples no nosso amigo Reizinho e descobrimos um disco intervertebral mineralizado (com depósito de Cálcio) entre a 12ª e a 13ª vértebra torácica (T12 e T13). O disco calcificado não surge do dia para a noite... é um processo gradativo, resultado de uma série de fatores já citados no caso da Sandy. Especificamente no Reizinho, essa discopatia não surgiu por conta da idade nem do sobrepeso, mas sim pelas atividades excessivas realizadas em piso liso, como pular do sofá para o chão escorregadio. Esse tipo de piso é muito instável para a coluna vertebral dos cães, gerando desgastes precoces. Essas calcificações entre as vértebras podem promover compressões nervosas que prejudicam os impulsos nervosos, gerando as paralisias, alterações de sensibilidades, dores, etc.


Radiografia demonstrando o disco calcificado entre T12 e T13.

          No Reizinho eu utilizei acupuntura com estímulo elétrico e manual, além da moxabustão na região lombar, que consiste na queima de uma erva chamada Artemísia sobre pontos específicos. Ao longo dos atendimentos fui inserindo alongamentos globais nos MMPP, estimulação neuro-sensorial (ENS) e trabalhos de fortalecimento conforme o paciente ia se recuperando e adquirindo tônus muscular. A ENS nada mais é do que enviar informações ao Sistema Nervoso Central (SNC) com utilização de caminhadas em pisos de diferentes texturas, escovação dos membros com diferentes densidades de cerdas de escova, fazendo com que ele (o SNC) envie respostas e passe a utilizar novamente com qualidade os neurônios presentes. Esse tipo de estímulo pode ser realizado diariamente pelos proprietários do animal em tratamento, acelerando o processo de reabilitação e criando uma importante relação entre paciente, proprietário e médico veterinário fisioterapeuta.

          O tratamento foi iniciado no dia 21/08/09 e após 3 sessões (dia 04/09/09) o paciente se levantou e deu alguns passos incoordenados. No dia 26/09/09, após 6 sessões, o nosso amigo estava reabilitado e recebeu alta dos atendimentos.


Veja o vídeo para você acompanhar a evolução do Reizinho:




Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Caso clínico - Paciente Sandy

          A Sandy foi um dos meus primeiros pacientes em 2008. Ela é uma Teckel muito simpática e na época tinha 2 anos. Apresentava paralisia dos membros posteriores (MMPP) e incontinência urinária. A proprietária suspeitava que o motivo dessa paralisia tivesse sido algum trauma na coluna da Sandy, causado por um filhote de Labrador (muito brincalhão) recém chegado à residência.
          No momento tínhamos à nossa disposição somente o exame de raio x simples, onde não foram encontradas alterações significativas, porém a Sandy sentia dor à palpação na região da 13ª vértebra torácica (T13).

          Aqui eu abro um parêntese e penso que vale ressaltar que o hábito de saltar do sofá, correr em pisos escorregadios, realizar atividades físicas sem um preparo adequado, excesso de peso nessas situações citadas e algumas outras "adversidades", são fatores que podem levar a um problema de coluna, principalmente nessas raças pequenas e "compridas" como o Teckel. Entre as vértebras existem os discos intervertebrais que absorvem os impactos sofridos pela coluna vertebral. O uso indevido dessas estruturas pode gerar uma Doença do Disco Intervertebral (DDIV), comprimindo raízes nervosas ou até mesmo a medula espinhal. Fecho o parêntese!

          A Sandy veio encaminhada para atendimento com Acupuntura e foi realizada a Fisioterapia em conjunto.
          Foram utilizados pontos de Acupuntura segundo diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), com estimulação manual e na Fisioterapia foram feitas técnicas de acordo com a necessidade da paciente acompanhando seu grau de evolução. Procurei não estipular um protocolo fixo de atendimento para reavaliar a Sandy em todas as sessões. Ao longo de todo o tratamento foram realizados alongamentos dos MMPP, exercícios proprioceptivos (para reorganizar a sensibilidade e posicionamento dos MMPP), fortalecimento muscular com uso de bola para apoio dos membos anteriores (MMAA), além de recomendações domiciliares, tanto de exercícios quanto de cuidados com o animal.
          A proprietária relatou que a paciente não apresentava mais incontinência urinária e conseguiu levantar sozinha e caminhar um pequeno espaço após a 3ª sessão. Geralmente tenho visto uma resposta inicial justamente nesse período próximo à 3ª ou 4ª sessão.
          Foram realizadas 7 sessões de Acupuntura e Fisioterapia e a Sandy recebeu alta na 8ª sessão, totalmente reabilitada. Começamos os atendimentos no dia 19/07/08 e finalizamos no dia 25/10/08.


Veja o vídeo para você acompanhar a evolução da Sandy:




Reabilitação Veterinária, vale a pena tentar!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Reabilitação Veterinária

          A Fisioterapia Veterinária tem como objetivo manter ou devolver a autonomia funcional do animal, gerando saúde e proporcionando qualidade de vida ao paciente. Ela é indicada na recuperação pós-cirúrgica de distúrbios locomotores como doenças articulares, estabilização de fraturas, discopatias, dentre outras. No período após o procedimento cirúrgico, a Fisioterapia tem como função minimizar os efeitos da manipulação cirúrgica e da restrição de movimento dos pacientes, acelerando a recuperação e promovendo bem-estar. A maioria dos animais com problemas neurológicos e ortopédicos são candidatos à reabilitação física, assim como aqueles que necessitam de um acompanhamento para perda ou controle de peso, controle de condições crônicas como as osteoartroses ou condições progressivas como mielopatia degenerativa.


          A Acupuntura Veterinária é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa que consiste na estimulação de pontos específicos do corpo através da introdução de finas agulhas de aço inoxidável. Seu objetivo é tratar o doente e não a doença, visando corrigir a causa do problema e não o sintoma, buscando o equilíbrio do corpo para se conquistar a saúde. A acupuntura pode ser associada a outras terapias, pois interfere somente de maneira positiva nos tratamentos convencionais agindo como sinergista, trazendo resultados melhores e mais rápidos. Tem como algumas indicações o controle da dor, a imunoestimulação, distúrbios comportamentais, doenças articulares degenerativas, disfunções do sistema reprodutivo, incontinências urinária e fecal, epilepsia idiopática, seqüelas de cinomose, bem como a maioria das disfunções neurológicas. Sendo assim, promove maior conforto e, conseqüentemente, melhora a qualidade de vida do animal.


          A Quiropraxia Veterinária é uma terapia que estimula a força recuperativa do corpo para curar-se sem o uso de medicamentos ou cirurgia. Os fundamentos da quiropraxia estão baseados sobre a relação íntima entre a coluna vertebral e o sistema nervoso e sobre a função da coluna vertebral na biomecânica e no movimento do animal. Com a quiropraxia, restabelecemos a mobilidade normal vertebral e melhoramos o movimento das articulações da coluna vertebral e dos membros. Pelo fato de as raízes nervosas emergirem dos espaços intervertebrais, esta melhoria do movimento resulta em melhores impulsos nervosos, beneficiando músculos, tendões e ligamentos, bem como a postura e os diferentes sistemas do organismo. A coordenação e a propriocepção também têm benefícios com a terapia devido ao envio de estímulos saudáveis para o sistema nervoso central.